A Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA) e o Escritório Municipal da Emater divulgaram neste sábado (29) o laudo técnico sobre as perdas agrícolas provocadas pela chuva de granizo registrada na madrugada de sexta-feira (28) no interior do município. Conforme o documento, o fenômeno ocorreu em três regiões distintas, com intensidades variadas, afetando aproximadamente 100 propriedades rurais e resultando em prejuízo estimado de R$ 6,5 milhões.
As áreas mais atingidas incluem São Valentim da 2ª Légua — especialmente a comunidade de Forqueta Baixa —, Caravaggio, São Luiz e São Pedro da 3ª Légua, além de São Braz e Carapiaí, em Fazenda Souza.
Em São Valentim da 2ª Légua (Forqueta Baixa), a cultura da uva sofreu os impactos mais severos. As perdas chegam a 50% da produção, podendo ultrapassar 80% em alguns pontos, em uma área de 40 hectares. O laudo relata incidência de granizo de médio a grande calibre, que danificou folhas, cachos e brotações, afetando tanto a safra atual quanto o potencial futuro dos parreirais. O prejuízo na região é estimado em R$ 840 mil.
Nas localidades de São Luiz e São Pedro da 3ª Légua, a perda da safra da uva foi de aproximadamente 10%. Embora o granizo tenha sido de menor intensidade, causou lesões leves a moderadas em cachos e folhagem, principalmente em parreirais com menor cobertura. Em uma área de 100 hectares, os danos chegam a R$ 420 mil.
Em São Braz e Carapiaí, em Fazenda Souza, foram registradas as perdas mais significativas, somando os eventos dos dias 24 e 28 de novembro. Os pomares de ameixa, caqui, pêssego e maçã foram fortemente atingidos, com danos estimados em 90%, 40%, 70% e 30%, respectivamente. O granizo provocou queda de frutos, rupturas na casca e danos irreversíveis nos frutos remanescentes. A área afetada totaliza 80 hectares, e os prejuízos chegam a quase R$ 5 milhões.
O levantamento também identificou perdas menores em cultivos de olerícolas (10 ha, perdas de 20%), milho (20 ha, perdas de 20%) e pêra (10 ha, perdas de 30%), somando R$ 443 mil em prejuízos.
“O evento ocorreu em fase crítica de desenvolvimento das culturas, especialmente da uva, que está em período de formação de cachos e enchimento de grãos. Os danos podem comprometer a safra atual e a produtividade futura. Já nas frutíferas, o impacto direto inviabiliza a comercialização e exige manejo sanitário adequado. A estimativa das perdas considerou a média das lavouras atingidas”, conclui o laudo, assinado pelo engenheiro agrônomo Dalcionei Pazzin (SMAPA) e por Mauro Luis Tessari, chefe do Escritório Municipal da Emater.
